Ex-delegado que trocou tiros contra PF e Gefron é preso com R$ 260 mil em MG
Bárbara Sá
O ex – delegado de Mato Grosso Arnaldo Agostinho Sottani foi preso ontem (17) com R$ 260 mil dentro de uma caixa, em Caratinga, Leste de Minas Gerais.
A detenção ocorreu durante uma operação das polícias Militar e Civil, logo após ele solicitar uma corrida de transporte de aplicativo do aeroporto para o Centro de Caratinga.
Arnaldo foi abordado após a polícia receber denúncias de que ele estava com uma grande quantia de dinheiro para adquirir uma aeronave.
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A Polícia Militar suspeita que trata-se de lavagem de dinheiro e, por isso, acionou a Civil, repassando as informações. Em ação conjunta, os policiais encontraram R$ 260 mil dentro de uma caixa no carro. Segundo a polícia, a quantia estava com Arnaldo. O dinheiro, em notas de R$ 20 e R$ 50, estava enrolado em papel filme.
Investigações apontam que o montante esteja ligado ao tráfico de drogas. A forma de enrolar em papel filme é típico de quem tem dinheiro de origem ilícita, porque o dinheiro mofa.
Para saber a quantia do dinheiro, funcionários do Banco do Brasil ajudaram a Polícia Civil a fazer a contagem. O ex – delegado também é advogado, está inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais; e piloto de avião. Nos últimos dias, Arnaldo foi a Caratinga pelo menos três vezes, acompanhado de dois pilotos em uma aeronave.
Em depoimento na delegacia, Arnaldo confessou que foi procurado por membro de organização criminosa logo após sair da cadeia, sendo contratado como advogado pelo valor de R$ 500 mil.
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Outros casos
Arnaldo já se envolveu em ocorrências em Mato Grosso. Ele foi preso em setembro de 2016 em General Carneiro (a 448 km de Cuiabá). À época teria tentado jogar a aeronave que pilotava contra os policiais e ainda teria trocado tiros com eles, sendo ferido na perna.
O ex-delegado estaria com cerca de 150 kg de drogas no avião. Em 2010, Arnaldo também foi preso em Catalão (GO) por suspeita de tráfico de drogas.
Em 2010, o ex-delegado teria sido preso suspeito de transportar cocaína em uma aeronave no interior de Goiás. À época, negou todas as acusações.
Em março de 2014 ele teve a expulsão da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso publicada no Diário Oficial do Estado. A acusação é de que Arnaldo teria tentado obter dinheiro para mudar os rumos de investigação de roubo de gado, ocorrido em 2009 em Carlinda (a 756 km de Cuiabá).